sábado, 25 de agosto de 2012

O dia que pensei que não chegaria

Sabe um dia que achei que não ia chegar? Hoje. Algo que acreditava se foi com poucas palavras. Tão simples que não pareciam verdadeiras. Palavras perigosas, que vão chegando numa seqüência de mensagens e chegam em meus olhos como um soco no peito. Juro que não procurei e - que loucura! - achei. Vamos enfrentar a verdade.  Um deletar resolve a  vida online e a dúvida fica na vida real.



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Pensar sobre o nada

Interessante! Para interagir na maior rede social do mundo, o Facebook lhe sugere: no que você está pensando? No email, se você não digita no campo assunto, a mensagem lhe pergunta: quer enviar assim mesmo? Será mesmo que a mente humana não pode sustentar o nada? Que não há uma mensagem criada a partir de um vazio? Creio que sim.  Chamaria de desconhecido, algo que ainda não experimentamos. Sim é possível sentir o que ainda não nomeamos, querer o que ainda não conhecemos, desejar o que ainda será  nosso. A dúvida nos é permitida e a ignorância é aceita como estágio inicial. Quando caminhamos em sentido oposto, nos deparamos com o que chamamos experiência e tal sensação muitas vezes nos serve de algoz, matando um lampejo de esperança ou de desbravadora, fazendo-nos descobrir.
Sinto hoje que há um ímpeto em nós em buscar o novo e descartar o improvável. O descobrir isentou a conseqüência, não é necessário medir resultados ou pensar no depois quando o assunto é " minha vida". Talvez falte coragem, talvez sobre vontade. E o que fica é o mais fácil. Às vezes preferimos o primeiro, o que se desponta ou o mais atraente. E por que só quando viramos a esquina é que vimos que era a rua errada? Voltar é possível, mas é dolorido.  E que ficou lá trás é o que nos importa realmente. E aí?
Volto ao nada. Pensar o vazio. Começar de um ponto zero, onde nenhuma possibilidade se apresente. Difícil? Sim e por isso, fascinante. Engana-se quem pensa que tudo é possível. Entender dentro de si o início. Não há lugar, não há momento. Só um ponto de partida. Assim, acredito que o ser humano é capaz de construir a partir do que imagina não ter. Pensar sobre o nada, não ter assunto determinado e conseguir erguer seu caminho.
Interessante! Agora estou pensando em nada e quantas possibilidades sinto.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Dica de vida boa

Se é pra pensar, deixa pra lá.
Se é pra falar,me dá um minuto.
Se eu não escuto, vem, me sacode.
Se quer meu sorriso, comece a contar.
Se não der certo, não era a hora.
Se for pra depois, não me interessa.
Se faltar palavra, o beijo serve.
Se o pé doer, tire os sapatos.
Se der preguiça, melhor encarar.
Se não adiantar, então aceite.
Se não é amor, ainda vai ser.
Se não esperar, não vai chegar.
Se for pra mais, tanto faz.
Se for pra menos, tente completar.
Se não fizer diferença, não valeu.
Se não sonhar, acorde.
E se acontecer, isso é normal.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Gentilezas incompartilhadas

Estive pensando que todos os dias são datas especiais para algumas pessoas. Hoje, alguém ganhou seu primeiro beijo ou se perdeu de paixão. Hoje, alguém nasceu ou se foi para sempre. Hoje pode ter sido o dia de se comemorar um aniversário, o primeiro emprego, uma conquista. Afinal, temos a estranha e deliciosa mania de marcar nossa vida com fatos que nos tocam: o dia que mudamos para a casa nova, o dia que embarcamos para a viagem de nossas vidas, o dia em que conhecemos nosso amor, o dia em que o perdemos, o dia em que passamos no vestibular, o dia da formatura, o dia do casamento - às vezes o nosso, às vezes os dos outros.  Isso me faz chegar a uma conclusão. O dia que estamos vivendo se torna especial por qualquer (ou por toda) razão. Bastaria a nós apontar em nossa mente o que de fato fizemos hoje. Marcar em nossa linha do pensamento instantes que ainda fogem ao nosso controle e que não são registráveis instantaneamente por lentes móveis espalhadas em nossas vidas.  A gentileza desconhecida nas calçadas, um sorriso franco e despretensioso de alguém que você nunca tinha visto, um agradecimento aberto ou um pedido de desculpas instantâneo e gentil. Às vezes, presos numa rede a qual chamamos de social, esquecemos de guardar tais momentos, muitos incompartilháveis, mas de intensa sinergia humana.  Para quantas destas tantas pessoas que passam literalmente por nossas vidas, hoje não foi um dia regado de fato por um momento único, simples e não menos intenso do que aqueles que julgamos especiais em nossas vidas? E nesse vai e vem urbano, a gente acaba por compreender coisas que não se explicam. O porque passamos por uma rua ou não seguimos um determinado caminho. Por que falamos uma determinada palavra ou optamos por um silêncio. Somos tocados por anjos ou por representantes legítimos da presença de uma mão divina. E assim, vamos colecionando instantes memoráveis que por uma equivocada velocidade nos passam despercebidos. Por isso, faço um apelo agora. Marcar na nossa timelife real, que numa tradução mais livre e estendida seria chamada por mim de "tempo da nossa vida real" as presenças que fazem a diferença. Que mudam nossos dias comuns e os fazem especiais. Que com palavras normais nos fazem sorrir, que nos encantam no inesperado e que nos confortam quando achamos que não temos mais nada. A essas pessoas especiais - as que sabem e as que desconhecem tamanho potencial - deixo marcado meu mais íntimo agradecimento e uma farta declaração de amor para que possam passar adiante todo o bem que a mim fazem.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Instante

Hoje descobri um vazio dentro de mim.  E sabe o que mais? Ele estava cheio de alegria e possibilidades. Senti que a vida se faz mesmo todo dia e que o passado não se descarta. Ele acumula o tempo num lugar chamado lembrança e nos dá um conforto danado de nos sentirmos amados! Hoje ainda a saudade doía em meu peito. Mas era de tanto amor em ter e não de se perder. Estranha sensação. Me parece mesmo que é felicidade pois o que habita em mim me faz crescer.

domingo, 22 de julho de 2012

Dúvida

Me pergunto como e as respostas que ouço não me compreendem. Se insisto, fico com sensação de não sair do lugar. Se deixo passar, vem aquela onda de que podia ter feito alguma coisa. E se ignoro, minto pra mim mesma. Não, não sou eu nesta hora. Nem tão pouco sou eu no instante seguinte. Me persigo e não encontro rastros. Observo sobre meus ombros e ainda vejo fragmentos. Partes de mim que fazem o todo que sou hoje. Que longe de ser algo completo, vem tentando ser mais a cada dia.

domingo, 15 de julho de 2012

E qual é o nome disso?

Hoje revirei meus papéis envelhecidos e encontrei uma moça de 26 anos com a paixão pulsante em seu coração.

16 de agosto de 1994

Desejar e saber que não tem como pedir. Conquistar e ter a nítida impressão que perde a cada dia. Parece castigo. Estado febril de paixão calada. De tão quieta parece não existir. O peito pergunta até quando e se entristece em saber ele mesmo a resposta de que nem o tempo sabe marcar. Ficam então a vagar aqueles que podiam ser únicos em companhias tristes do acaso. Mas ainda assim se tocam, pois um muda o outro. A cada dia não ser mais o mesmo. A cada encontro, conhecer um pouco além. Desvendar um segredo e abrir um sorriso. Fôlego para viver um pouco mais. Mas são assim, como razão e emoção, o frio e o calor, o preto e o branco. Um não seria o que é se o outro não se revelasse em sua plenitude. É assim que vivem e seguem. Separados e juntos. Somente a vida é grande o suficiente para aceitar a espera e receber a sublime sensação de encontrar.