quarta-feira, 20 de novembro de 2019

A pílula da retomada

A volta

Fiz tantas voltas pra chegar aqui.

E talvez tenha chegado em mais um ponto de partida

Esqueci de mim enquanto me preocupava com o que me fazia caminhar.

Um pouco de mim, e muito do que não sou.

Sou das palavras. As escritas.

As faladas me metem medo. Receio de magoar.

Uma breve escolha pra falar o que não sai da boca

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Uma chance pra mim

Quantas vezes temos que nos perder para nos achar?
Quantas palavras temos que ouvir para nos escutar?
Quantas voltas temos que dar para nos reencontrar?
Quantas vidas temos que viver para renascer?
Se tenho um minuto de consciência,
Uma oração,
Uma volta a mais no relógio,
Um sol quente pra aquecer a alma,
Tenho muito.
E tão pouco para o que a inquietude ainda clama.
Mas tenho muito.
Pronta pra luta.
Que é de todo dia, de todo mundo.
Que pode machucar, mas que é digna;
Que fortalece, que revigora.
Que torna fácil desatar o nó apertado da garganta, do peito.
Que deixa tranquilo um coração revolto.
Que deixa mais leve o corpo que leva a alma, às vezes um pouco pesada mas sem culpa alguma.


domingo, 6 de agosto de 2017

O que ficou lá

Já vivi dias assim. De intensa saudade pelo que era e de tamanha força em querer seguir o que sou. De velhas lembranças que ainda desejo e de dolorosos quereres que não vi chegar. De êxitos que não significam glórias, somente a verdade que não esqueci. Mas deixe lá o que segue atrás de mim. Dias que não chegam mais. Que não me alcançam e não me desafiam. E assim não podem me ferir. O que ainda vem traz sabor. Doce e maduro. Com frescor de manhãs ensolaradas e com a energia do vento forte no rosto. Da simplicidade em estar de pé, de caminhar e de sorrir. O ímpeto de seguir descobre novos olhares, um jeito novo de ver o que não se enxergava. Uma calma desacelera vida sem pressa, mas ainda cheia de vontade. Caminhos de pedras lisas meio a grama que cresce. Sombras de árvores que surgem após a curva. E então continuo a viver dias assim. Quem sou eu para parar?

domingo, 4 de setembro de 2016

Que amor é Esse?

Que amor é esse? Maduro que ainda cresce. Leve que ainda flutua. Colorido que ainda se fantasia. Companheiro que ainda caminha. Solto que ainda me gruda. Que amor é esse? Que canta enquanto durmo. Que sorri na mais doce lágrima. Que fortalece com olhos serenos. Que me reconhece de longe E que me afaga de perto. SIm, é esse amor. Que não obedece a lógica de ver e sentir. Que não acaba quando a voz se cala. Que não vê fim no que começou. Que extrapola fotografias em cima da mesa. Que sussurra lembranças infantis. E que amadurece em sonhos que peço a Deus para ter.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Passo rapidamente para deixar registrado que hoje percebi que não crio nada há mais de um ano. Que vida tola por ser essa minha que não me resta um tempo dedicado a uma das coisas que mais gosto de fazer? Que tempo é esse que existe só para ficarmos escravos de um cotidiano que nos engole? Bastariam 5 minutos para escrever algo que me satisfaça e que me deixe mais feliz. É o que o que fiz agora. Deixei de lado o stress do trabalho, a pressão do tempo, as pessoas me perguntando"-Tá ocupada?". Não, não estou. Estou livre para quem quer ser livre. Livre do obrigatório, do socialmente correto, do inevitável. Vou quebrar meu tempo e fazer cacos. E usar cada pedacinho a meu favor.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Perfume de jasmim


Depois que colhi flores no jardim, descobri que precisava de plantar novas.
Só assim conseguiria manter minha vida com perfume de jasmim.

E só depois que cresci, descobri que amor que nasce junto pode ser colhido
E não é preciso replantá-lo, pois os perfumes surgem em nossa memória
E fazem renascer flores onde jamais poderíamos imaginar.

domingo, 6 de abril de 2014

Colecionáveis

Nunca fui de colecionar coisas. Minha disciplina, ou melhor, a falta dela nunca me permitiu ser tão rígida ou apaixonada por objetos que superassem a minha vontade de liberdade e de certo modo de irresponsabilidade.

Mas com o passar do tempo, a vida tem me alertado para o fato de que colecionei sim. Pessoas amigas, momentos e , claro, lembranças boas que guardo dentro de mim. Que às vezes adormecidas retomam a minha mente como um rio quente e me enchem de motivos de alegria. Que, às vezes latentes, voltam pulsantes como coração apaixonado; as vezes propositalmente esquecidas retomam o caminho da consciência e mostram que o que passou não foi ruim, era só a vida seguindo seu curso.