terça-feira, 16 de novembro de 2010

Tinha que ser hoje

A partir de agora


Talvez dos sonhos, ele apareceu.
Talvez de dentro de mim.
Mas não chega a ser fantasia.
É real e delicioso.

Incontrolável desejo que não se explica
Sentimento estranho jamais sentido.
Que nome se dá a isso?
Saudade que é boa de sentir
Companhia mesmo que distante
Sintonia sem que sinais sejam mandados.
Alegria que vem de dentro
Imagem que não quer me soltar.

Num primeiro instante
Já senti que tudo mudava
Por medo ou dúvida de que acontecia,
Fuji, enquanto ia ao encontro.
Não consegui me livrar disso
Que parece invadir o que
Poderia chamar de ser.

Hoje estou frágil e leve.
Feliz até poderia dizer.
Fico com a sensação de que uma estória acaba de começar.

25 de julho de 1995
(3 anos depois, me casei com essa estória e estamos juntos há 15 anos)

sábado, 13 de novembro de 2010

O tempo passa!

Ontem, meu filho de 11 anos, vendo a sua foto com seu cachorrinho ainda filhote, comentou: - Mãe, o tempo passa, não é?
Assim busquei esse versos, criados em janeiro de 1985:


VIDAVIDAVIDAVID
IDAVIDAVIDAVIDA
DAVIDAVIDAVIDA
AVIDAVIDAVIDAVI

Passa a vida!
   Passa a vida!
       Passa a vida!


VVVIIIDDDAA.......

A vida passou!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Quando minha mãe fez 80 anos


Doce Vida Doce

Suspiros, bolos, pastéis.
Pirulitos, festas e filhos.
Canções de ninar e orações.
Banquetes e bifinhos ao amanhecer.
Caramelados e tapinhas no bumbum.
O que Dona Athanéa não fez em 80 anos?
Pular de pára-quedas ou Asa Delta?
Um mergulho em águas profundas?
Não, não. Isso ela não fez.
E por quê?
Ora! Dona Athanéa sabe a receita.
E como sabe!
Quindim e bolo de amendoim.
Farinha ou farofa.
Cocada ou coalhada.
São mãos de fada. Quem não quer experimentar?
É jeito doce de viver.
É tempero suave que dá gosto!
É carinho puro que conseguimos provar.
É maneira certa de saber amar.

sábado, 6 de novembro de 2010

O início do que tenho hoje

Obra de Amor

Antes, a vida em traço contínuo.
Sem força, sem direção.
Algo que flui.
Não há vontade. Só um coração.

Hoje, é vida também.
Mais plena, cheia de luz.
Alegria em ser.
Já não se incomoda. É emoção.

A lágrima corre, é verdade.
Mas ela vem da razão.
Não é solidão
E tão pouco dor de não ter.
É exaltação.
Medo de perder.

Antes, era só o sonho
Hoje, tenho a saudade
Aquela que vai e volta
e fica na eternidade.

E não há outra maneira
De sentir tal companhia.
Hoje ela vem de forma inteira
Força essa que não é só minha.
Vem de dentro como tempestade
Que chega, destrói e invade.
E o que fica não está em pedaços
É obra de amor
Feita de beijos, olhares e abraços.

Ucha Mendonça, 16 de abril de 1996

Comecei, enfim!

Talvez essa deveria ter sido minha primeira postagem, mas uma mistura de ansiedade e inocência fez com que eu colocasse de primeira um pequeno poema dedicado a meu filho. Ele que na verdade é a razão maior do amor que sinto por dentro e que me motivou desde muito jovem a escrever o que chamo de “linhas azuis”.

Nunca tive vontade de ser poeta, mas confesso que já recorri às palavras e suas sonoridades para me acalmar, pra dialogar comigo mesma, pra dividir raivas e emoções. Também é certo que já abandonei minhas linhas azuis por muito tempo. Fases, quem não as tem?

De uns dias pra cá, veio amadurecendo dentro de mim uma vontade de colocar pra fora o que guardei por toda minha vida. Minhas pequenas visões da vida. Cedi  ao medo da internet – de falar com todos e com ninguém ao mesmo tempo. E assim, nasceu POETEMAS. Mais que poemas, temas da vida. De alguém comum, com uma vida normal e com uma alma cheia de vontade de amar.

Tenho um pequeno acervo de momentos que transformei em poesia ou me atrevi a isso. Com o tempo, creio que vou desvendando um bocado deles por aqui. Não quero ter regras e nem promessas. Minha intenção é partilhar.Que todos que chegarem até aqui sejam bem-vindos!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Planeta dos Sonhos

Eu tinha ainda pouca idade
quando pude descobrir
que pra não falar a verdade
não era preciso mentir

Eu tinha só que imaginar
uma estória bem diferente.
O que eu não dava pra acreditar
Fazia rir muita gente.

Tirava tudo da minha cabeça
Era pura imaginação, sem maldade.
Muitas vezes, pedia - Aconteça!
Mas nada fazia virar realidade.

Ingênuo sabor da fantasia!
Planeta dos sonhos vai deixar saudade.

O que era de fato não se dizia
Até porque não se sabia
Que a grande verdade
Era cada um que fazia.

escrita em 17 de setembro de 2007