sábado, 25 de agosto de 2012
Hoje estou ao meio
Hoje estou ao meio. Não sei qual parte de mim é maior ou mais viva. E qual enfraqueceu e se inquieta. Me dividi em pedaços querendo pegar apenas os que julgo que ainda brotam. Tento buscar uma terra fértil em meu pensamento para plantar o que restou. As lembranças cultivadas balançam entre folhas secas. Ainda são frutos maduros e doces. Com sabor delicioso da paixão. Acreditava que árvores de grandes sombras eram abrigo e aconchego. Não imaginava que poderiam dançar com uma tempestade que faz galhos fortes se quebrarem. Ainda quero me envolver em seus braços. Ainda quero experimentar a doçura de sua maçã. Ainda desejo me esconder do sol quente em sua sombra e fugir da chuva, indo ao seu encontro. Mas hoje estou ao meio e não sei que parte de mim quer seguir e qual deseja parar. Sim, nada é definitivo, nem mesmo o que acreditei um dia ser. Por isso, peço que espere, pois uma parte de mim é amor e a outra é vontade de ainda ser.
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