domingo, 6 de agosto de 2017

O que ficou lá

Já vivi dias assim. De intensa saudade pelo que era e de tamanha força em querer seguir o que sou. De velhas lembranças que ainda desejo e de dolorosos quereres que não vi chegar. De êxitos que não significam glórias, somente a verdade que não esqueci. Mas deixe lá o que segue atrás de mim. Dias que não chegam mais. Que não me alcançam e não me desafiam. E assim não podem me ferir. O que ainda vem traz sabor. Doce e maduro. Com frescor de manhãs ensolaradas e com a energia do vento forte no rosto. Da simplicidade em estar de pé, de caminhar e de sorrir. O ímpeto de seguir descobre novos olhares, um jeito novo de ver o que não se enxergava. Uma calma desacelera vida sem pressa, mas ainda cheia de vontade. Caminhos de pedras lisas meio a grama que cresce. Sombras de árvores que surgem após a curva. E então continuo a viver dias assim. Quem sou eu para parar?

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