Eles eram lindos.
Separados por um tempo diferente
Aprenderam a observar de longe.
Não havia confissão do querer ou ao menos
Não lhes era permitido assim se expressar.
Havia uma alegria incondicional em contemplar.
Assimilar a coragem de quem tudo pode
E admirar a doçura do fruto maduro.
Unidos por um resto de tempo que soprava entre eles
Ou de uma permissão tardia do destino,
Compartilharam o que lhes era possível.
Sem medo e sem fressuras.
Presos num pacto da realidade
Buscaram levar suas vidas e
A não desistir de um caminho dentro de si.
Não pensem que não desejaram.
Era apenas o jeito que tinham de mostrar
Que nada podiam fazer diante
da implacável distância que vida imprimia.
Ora, não havia do que reclamar.
Eram felizes.
Não pensem que desistiram.
Era apenas o jeito de lhes dizer
Que respeitavam a felicidade mútua.
Ora, sabiam que não havia o que contrariar.
Respeitaram até onde puderam
A decisão que moldava por fora o que se tinha por dentro.
Era a forma de amor encontrada
Por aqueles seres que se viam
dentro da vida do outro.
Não conheci o fim desta história.
Acostumada a encontrar justificativas em tudo
Entendo que sentimentos que se trocam nunca são em vão.
Nunca terminam, nunca acabam.
Podem trocar de lugar, ficar escondidos, latentes.
Mas se houver a chance,
Brotam, crescem e formam árvores de grande sombra e abrigo.
Espero que fim possa ser sido a coragem de colher os frutos.