sábado, 24 de novembro de 2012

O que dizer?

Graça que vejo e não passa.
Frescor e aventura.
Viver de todo jeito.
Insistir de toda maneira.
Pensamento cai em si.
A verdade gelada desfaz o calor.

Tudo que sinto pode não ser.
Todo modo.
Toda-feira.
Toda vida.
Toda via.
Entre tantos, escolhi o porém.
Não há abstrato e nem concreto.
Imperativo.
Pretérito e futuro mais que perfeito.



quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Como?



Como é que a gente faz quando o mais desejado se vai, entra em estado profundo de latência e que de uma hora pra outra volta num turbilhão do pensamento?

Como entender esse coração estranho que nunca compreendeu o não do destino e quando um sim começa a esboçar à sua frente lhe mete medo e angústia?

Como enfrentar o inesperado de agora e que por tanto tempo foi um vazio doído no peito por ser incapaz de conquistar?

Uma simples e pequena sensação em ter cria um ensaio da mente, que muda tudo. A vida de agora, o querer, o futuro e os sonhos.

Não, não será. Mas o pouco tempo que poderia ser me levou a chorar e a sorrir, a imaginar que um pouco ainda resta dentro de mim e que o que passou foi o que deveria ter sido.

domingo, 11 de novembro de 2012

Assim foi um dia em família

Felicidade se mostra de um jeito fácil. 
Sorrisos, abraços, beijos e saudade vencida.
Amor de todos os lados.

Gente que a gente ama.
Gente que viveu coisas parecidas.
Gente que sabe quem é você.
E não precisa compreender.
Pode errar. Pode pecar.
Pois pode perdoar.

Pode estar longe. Pode demorar a reencontrar.
Dia de festa. 
Dia de revigorar a alma.
Dia de falar e de rir.
De sentir que muita coisa pode mudar
E que a gente pode continuar.

Pedaço de amor

Dê-me um pouco e lhe entregarei um tanto.
Conte-me um segredo e lhe mostrarei um mundo.
Faça-me querida e lhe prometerei o dobro.
Beija-me e lhe trarei a vida.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Volta

Trago aqui algum pedaço de passado.
Uma lembrança branca de um dia qualquer.
Tenho guardado num baú de saudade
Os sorrisos de menina amada.

Deixo lá muitas razões.
Hoje quase tristezas que não importam mais.
E encanto-me de alegrias que ficaram
Criança que um dia fui e que não larguei.

Cultivo o que deixei,
Pois plantada em mim ficou.
A mais longa infância vivida
É agora a mais desejada.

Sei agora que sou
Um tudo daquele pouco.
E quando achei muito
Descobri um resto que me inundou.



sábado, 13 de outubro de 2012

Uma história de amor



Eles eram lindos.

Separados por um tempo diferente
Aprenderam a observar de longe.
Não havia confissão do querer ou ao menos
Não lhes era permitido assim se expressar.
Havia uma alegria incondicional em contemplar.
Assimilar a coragem de quem tudo pode
E admirar a doçura do fruto maduro.

Unidos por um resto de tempo que soprava entre eles
Ou de uma permissão tardia do destino,
Compartilharam o que lhes era possível.
Sem medo e sem fressuras.
Presos num pacto da realidade
Buscaram levar suas vidas e 
A não desistir de um caminho dentro de si.

Não pensem que não desejaram.
Era apenas o jeito que tinham de mostrar
Que nada podiam fazer diante
da implacável distância que vida imprimia.
Ora, não havia do que reclamar.
Eram felizes.
Não pensem que desistiram.
Era apenas o jeito de lhes dizer
Que respeitavam a felicidade mútua.
Ora, sabiam que não havia o que contrariar.
Respeitaram até onde puderam
A decisão que moldava por fora o que se tinha por dentro. 
Era a forma de amor encontrada
Por aqueles seres que se viam
dentro da vida do outro.

Não conheci o fim desta história.
Acostumada a encontrar justificativas em tudo 
Entendo que sentimentos que se trocam nunca são em vão.
Nunca terminam, nunca acabam.
Podem trocar de lugar, ficar escondidos, latentes.
Mas se houver a chance,
Brotam, crescem e formam árvores de grande sombra e abrigo.
Espero que fim possa ser sido a coragem de colher os frutos.





sábado, 25 de agosto de 2012

Hoje estou ao meio

Hoje estou ao meio. Não  sei qual parte de mim é maior ou mais viva. E qual enfraqueceu e se inquieta. Me dividi em pedaços querendo pegar apenas os que julgo que ainda brotam. Tento buscar uma terra fértil em meu pensamento para plantar o que restou. As lembranças cultivadas  balançam entre folhas secas. Ainda são frutos maduros e doces. Com sabor delicioso da paixão. Acreditava que árvores de grandes sombras eram abrigo e aconchego. Não imaginava que poderiam dançar com uma tempestade que faz galhos fortes se quebrarem.  Ainda quero me envolver em seus braços. Ainda quero experimentar a doçura de sua maçã. Ainda desejo me esconder do sol quente em sua sombra e fugir da chuva, indo ao seu encontro. Mas hoje estou ao meio e não sei que parte de mim quer seguir e qual deseja parar. Sim, nada é definitivo, nem mesmo o que acreditei um dia ser. Por isso, peço que espere, pois uma parte de mim é amor e a outra é vontade de ainda ser.