domingo, 29 de abril de 2012
Suponha um tempo...
Que tempo é esse que passa rápido?
Que deixamos de lado quando nos impõe disciplina.
Que fingimos cumprir num dia cheio de nada.
Que sentimos não existir na hora que não devia acabar.
Que vivemos mais do que outros.
Outros que ainda têm que viver pra senti-lo.
Um corpo a deriva que não parece o nosso.
O máximo de uma vez .
Circulam ideias que nem pensei.
Calma vida!
Um desejo cresce insano.
Aceleradamente. Mente.
Um lapso que liga o que existe e o que invento.
Crio o tempo que suponho ser melhor.
Devagar para encontrar o inaceitável um pouco menos rude.
Ligeiro para não deixar arder o que deve ser apagado.
Comodamente como pensei.
Redondo como algo previsível.
Linha reta sem olhar pros lados.
Tempo que não vai sem mim.
E que não doo.
Não empresto, não pego de volta.
E que suponho não existir até que o vejo passar atrás de mim.
Ele fica pra trás ou sou que não o vi passar?
domingo, 22 de maio de 2011
Rita Santa
Hoje especialmente deixo de lado os poemas e me aceito em estado limpo. Deixo o encontro das palavras e me deleito em sentir. 22 de maio é dia de Santa Rita de Cássia. Se tenho alguma certeza de que ter fé nos eleva o espírito, posso dizer que com ela acalmei muitas vezes meu coração.
Diria que fé são para poucos. E nem sei se posso dizer que a tenho. No mundo de hoje acreditar incondicionalmente é algo fora do comum. Ou porque somos levados a racionalizar ou porque não somos incentivados a sonhar. Hoje, ouvindo Capital Inicial, marquei a frase da música Olhos Vermelhos: “Parei de pensar e comecei a sentir”.
Sim, nos questionamos muito e desafiamos a aceitar o inevitável. Por que comigo? Quantas vezes essa pergunta ecoou no peito e nos fez negar o que a vida trazia? O que mais se não a fé no faz seguir? Que a chamem de força, de resiliência, de determinação. Não importa. O que vale é sentir.
Assim trago comigo apenas essa certeza. De que o que sentimos é o sinal mais evidente de que podemos acreditar, entregar e pedir. Que não é caminho sem volta, que não é falar com o espelho. Algo maior está conosco.
Para quem tem fé. Uma vela, uma rosa vermelha e uma oração que venha do coração. Santa Rita de Cássia esta aí. Sempre dá certo.
Diria que fé são para poucos. E nem sei se posso dizer que a tenho. No mundo de hoje acreditar incondicionalmente é algo fora do comum. Ou porque somos levados a racionalizar ou porque não somos incentivados a sonhar. Hoje, ouvindo Capital Inicial, marquei a frase da música Olhos Vermelhos: “Parei de pensar e comecei a sentir”.
Sim, nos questionamos muito e desafiamos a aceitar o inevitável. Por que comigo? Quantas vezes essa pergunta ecoou no peito e nos fez negar o que a vida trazia? O que mais se não a fé no faz seguir? Que a chamem de força, de resiliência, de determinação. Não importa. O que vale é sentir.
Assim trago comigo apenas essa certeza. De que o que sentimos é o sinal mais evidente de que podemos acreditar, entregar e pedir. Que não é caminho sem volta, que não é falar com o espelho. Algo maior está conosco.
Para quem tem fé. Uma vela, uma rosa vermelha e uma oração que venha do coração. Santa Rita de Cássia esta aí. Sempre dá certo.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Hoje
Tanto tempo longe que esquecemos quem somos.
Tanta coisa pra arrumar
Tantas vontades pra desejar.
Que o tempo pare para agradecer.
Que continue pra acontecer.
Se a força vem de dentro ou se dentro se instala
não procure saber
O certo é que a gente as vezes se esquece do que podemos
e o pedido não vem.
Ah, que eu me lembre mais.
Que ore mais,
que agradeça sempre.
Tanta coisa pra arrumar
Tantas vontades pra desejar.
Que o tempo pare para agradecer.
Que continue pra acontecer.
Se a força vem de dentro ou se dentro se instala
não procure saber
O certo é que a gente as vezes se esquece do que podemos
e o pedido não vem.
Ah, que eu me lembre mais.
Que ore mais,
que agradeça sempre.
domingo, 3 de abril de 2011
Feliz Aniversário, minha irmã!
Hoje descobri que podemos surpreender sem dizer nada.
Mesmo sem uma palavra dita, temos muita chance de nos fazer entender.
O que são sorrisos, momentos, um silêncio?
O que são risos, vozes, muita conversa?
O que é família, se não tudo isso?
O que são amigos, se não mais que isso?
O que podemos dizer de nós mesmos, quando não temos espelhos e nos vemos?
Tudo em volta de uma mesa.
Todos em sua volta.
E volta e meia, conversas, risos, amigos.
Muita comida e bebida.
Se assim não é a vida, não vivemos.
Hoje descobri que não podemos.
Não podemos deixar passar.
Não podemos correr dos riscos
Não podemos esquecer de ouvir.
Porque afinal o que fica no depois é o sempre.
O que passou, misturado com o que vivemos num lapso de lembrança que não se apaga.
Mesmo sem uma palavra dita, temos muita chance de nos fazer entender.
O que são sorrisos, momentos, um silêncio?
O que são risos, vozes, muita conversa?
O que é família, se não tudo isso?
O que são amigos, se não mais que isso?
O que podemos dizer de nós mesmos, quando não temos espelhos e nos vemos?
Tudo em volta de uma mesa.
Todos em sua volta.
E volta e meia, conversas, risos, amigos.
Muita comida e bebida.
Se assim não é a vida, não vivemos.
Hoje descobri que não podemos.
Não podemos deixar passar.
Não podemos correr dos riscos
Não podemos esquecer de ouvir.
Porque afinal o que fica no depois é o sempre.
O que passou, misturado com o que vivemos num lapso de lembrança que não se apaga.
domingo, 20 de março de 2011
Vida e como não?
Um caminho traçado.
Obra feita para chegar.
Fins complicados e felizes,
esculpindo formas e curvas,
desviando e escolhendo erros.
Uma arte a se fazer.
A vida traçada e
e a vida a se fazer.
Caminhos escolhidos
Curvas esculpidas
para se chegar a erros
e não a fins.
A arte desviando a perfeição,
desmascarando a beleza,
sugerindo vida.
Este poema é datado de 19 de julho de 1984
Obra feita para chegar.
Fins complicados e felizes,
esculpindo formas e curvas,
desviando e escolhendo erros.
Uma arte a se fazer.
A vida traçada e
e a vida a se fazer.
Caminhos escolhidos
Curvas esculpidas
para se chegar a erros
e não a fins.
A arte desviando a perfeição,
desmascarando a beleza,
sugerindo vida.
Este poema é datado de 19 de julho de 1984
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Depois 21
Desafio dos 40.
Dizem alguns que a vida começa aos quarenta. Talvez, entenda agora, que algum novo despertar pode chegar com essa idade. Acredito mesmo que não há forma, receita ou conselho de como se viver bem ou melhor. Meus pais têm hoje mais de 80 anos e como são felizes e saudáveis. Partindo dessa constatação, o que me resta é acreditar que chego à metade da minha vida. E isso é delicioso.
De uns tempos pra cá esse número vem me perseguindo. Deixei as caminhadas de lado e me impus a corrida. Sabe quanto tempo corro? 40 minutos. Ora, lhe parece pouco? Pois o bem que me faz, me impressiona. Nesta falta de tempo que o mundo moderno reclama, achei uma lacuna que me revitaliza, me inspira. E daí descobri que 40 minutos fazem diferença.
E assim me propus a fazer coisas diferentes ou distantes de minha rotina por 40 minutos. Nada de regra, claro. Fora o desgaste físico que ainda não supero, nada que me proponho de novo tem tempo máximo de duração, nem poderia. Mas o desafio de alcançar os 40 minutos é, no mínimo – permitindo-me um trocadilho matemático - importante.
E hoje meu momento foi vasculhar minha pastinha já surrada, onde guardo anotações da juventude. E me deparei com um poema feito por mim aos 21 anos (postagem anterior). Taí! Orgulhei-me. E por mais uma coincidência matemática, a vida me deu o mesmo tempo para interpretá-lo mais uma vez. E descobri que os questionamentos que fazemos aos vinte anos não se perderam com o passar do tempo. E que a vontade de descobrir foi o que mudou muitos caminhos. E que outros foram traçados pela consciência de não ser assim tão racional.
Que bom chegar com mais 21 e saber que ainda estou em forma. A imposição dos 40 (minutos,claro!) foi por mim uma opção da vida que talvez possa ter começado sabe-se lá quando.
Dizem alguns que a vida começa aos quarenta. Talvez, entenda agora, que algum novo despertar pode chegar com essa idade. Acredito mesmo que não há forma, receita ou conselho de como se viver bem ou melhor. Meus pais têm hoje mais de 80 anos e como são felizes e saudáveis. Partindo dessa constatação, o que me resta é acreditar que chego à metade da minha vida. E isso é delicioso.
De uns tempos pra cá esse número vem me perseguindo. Deixei as caminhadas de lado e me impus a corrida. Sabe quanto tempo corro? 40 minutos. Ora, lhe parece pouco? Pois o bem que me faz, me impressiona. Nesta falta de tempo que o mundo moderno reclama, achei uma lacuna que me revitaliza, me inspira. E daí descobri que 40 minutos fazem diferença.
E assim me propus a fazer coisas diferentes ou distantes de minha rotina por 40 minutos. Nada de regra, claro. Fora o desgaste físico que ainda não supero, nada que me proponho de novo tem tempo máximo de duração, nem poderia. Mas o desafio de alcançar os 40 minutos é, no mínimo – permitindo-me um trocadilho matemático - importante.
E hoje meu momento foi vasculhar minha pastinha já surrada, onde guardo anotações da juventude. E me deparei com um poema feito por mim aos 21 anos (postagem anterior). Taí! Orgulhei-me. E por mais uma coincidência matemática, a vida me deu o mesmo tempo para interpretá-lo mais uma vez. E descobri que os questionamentos que fazemos aos vinte anos não se perderam com o passar do tempo. E que a vontade de descobrir foi o que mudou muitos caminhos. E que outros foram traçados pela consciência de não ser assim tão racional.
Que bom chegar com mais 21 e saber que ainda estou em forma. A imposição dos 40 (minutos,claro!) foi por mim uma opção da vida que talvez possa ter começado sabe-se lá quando.
Aos 21
O desigual é tão completo!
A tua parte que não tenho
é a que mais desejo e admiro.
E aquela que dividimos
é a que tanto me fascina.
Parece que fiquei esperando
- o anjo já tinha anunciado.
Para que lutar tão cedo
se a batalha é mais leve com o tempo?
Tive receio de não conseguir.
E se tivesse que ser sempre desse modo?
Eu já não digo se é preguiça ou certeza
só sei que senti que vinha.
Cedo ou tarde.
Que venha e fundo.
Essa poesia é datada de 13 de outubro de 1989.
A tua parte que não tenho
é a que mais desejo e admiro.
E aquela que dividimos
é a que tanto me fascina.
Parece que fiquei esperando
- o anjo já tinha anunciado.
Para que lutar tão cedo
se a batalha é mais leve com o tempo?
Tive receio de não conseguir.
E se tivesse que ser sempre desse modo?
Eu já não digo se é preguiça ou certeza
só sei que senti que vinha.
Cedo ou tarde.
Que venha e fundo.
Essa poesia é datada de 13 de outubro de 1989.
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